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Os Pensamentos de P.R. Sarkar
Discursos Espirituais

Parte 1 - Capítulos de 1 a 4

EM BUSCA DA PERFEIÇÃO 

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A vida é um movimento da imperfeição para a perfeição. Quando os seres inanimados tornam-se animados há progresso. Mais progresso ocorre quando os seres animados tornam-se organismos metazoários multicelulares, estruturas ainda mais complexas. O ser humano é o ser mais elevado, o ser com estrutura mais perfeita. O ser humano é, portanto, um animal aperfeiçoado. Mas esse é só o início do progresso da Humanidade. Os seres humanos ainda têm de alcançar maior evolução física, intelectual e espiritual. O movimento em direção à perfeição – Deus – é a verdadeira natureza do ser humano (dharma). O movimento em direção à imperfeição é contrário à verdadeira natureza do indivíduo (adharma). O primeiro é vida, o segundo é morte. Portanto, o movimento do ser humano em direção à animalidade não é vida; é morte. 
Nenhum movimento ocorre sem fricção ou obstáculo. Mesmo quando você anda, a força da gravidade dificulta seu deslocamento. O movimento em direção à perfeição é obstruído por todas as forças imperfeitas, malignas. A atitude pecaminosa, grosseira e a estreiteza mental obstruem todos os movimentos de expansão da mente humana. Mas, sendo a perfeição um movimento direcionado para Deus, não tema – siga em frente. Os obstáculos se esvairão pelo ralo, que é para onde devem ir. Você progredirá. 
A missão da vida humana é mover-se rumo à perfeição, em direção a Deus. Esse é o dever do indivíduo. Nessa luta, as forças do mal estão fadadas a ser derrotadas. Sempre foi assim, e a história se repetirá. Você não tem o direito de descansar enquanto não tiver cumprido a missão de se tornar perfeito, divino, de estabelecer-se na perfeição. O descanso é um pecado, uma vez que cessa esse movimento. Não descanse até que você tenha alcançado a sua meta. (A Graça do Senhor) 

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O processo evolutivo ocorre do inanimado para o animado. Considere uma pedra, por exemplo. Ela não tem a capacidade de agir nem possui a sensação da mente. Qual é a razão disso? É que até então não houve qualquer manifestação da mente na pedra. Considere as árvores e as plantas, cuja existência é mais animada do que a da pedra. Existe atividade nelas. Elas crescem, extraem o sumo vital da terra, mantêm sua espécie por meio da geração de sementes em seus próprios corpos, sentem prazer ou sofrem dor, quando são cuidadas ou machucadas. Vemos nelas a manifestação da consciência, uma vez que a mente está expressa nelas. 
Assim, ao analisar o caminho do desenvolvimento mental, vemos que a Humanidade é a sua maior manifestação. Assim como a evolução veio do estado sutil para o estado bruto, similarmente o ser unitário retorna, passo a passo, do estado bruto ao estado sutil, em direção à mesma Consciência Absoluta de onde veio. É como as ondas do mar, que fluem de volta para o ponto de onde vieram. (Subhásita Samgraha II) 

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A noite escura do processo evolucionário começou a se dissipar muitos séculos atrás, quando o primeiro símio ancestral abandonou o reino das árvores e começou a vagar sob o sol das planícies. Ele estava se guiando por algo que não podia compreender: algo que não fazia parte de sua natureza símia, algo inacessível aos seus semelhantes. De alguma forma, em alguma parte da sua borbulhante química corporal, algo mudou. No seu cérebro foi lançada a semente da Humanidade; em seus olhos, estranhamente brilhantes, havia a sombra de um sonho oculto. O tempo passou lentamente. Novas criaturas se desenvolveram e se multiplicaram. Mudanças maravilhosas em seus corpos e mentes continuaram a acontecer; seus cérebros, nervos e sistemas glandulares desenvolveram maior complexidade e características especiais. Novos padrões de comportamento desenvolveram-se e, após algum tempo, emoções e sentimentos desconhecidos e negados a todas as formas anteriores de vida encontraram um meio de expressão. A alvorada da Humanidade foi alcançada naquela hora auspiciosa. As ondas de pensamento geradas por aquela primeira expressão humana estão vibrando até hoje na mente inconsciente de cada ser humano. Cada um de nós carrega, dentro de si, a lembrança oculta daquela primeira alvorada, e até do que havia antes – a escuridão da pré-história. Nós estamos, por meio dessa memória primordial, que faz parte da nossa herança humana, intimamente conectados a todas as formas de vida. (Supreme Expression I)

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A Humanidade, por se situar no topo da escala evolutiva, pode algumas vezes se sentir orgulhosa e, em um momento de fraqueza, cometer um ato insano. Não obstante, deve-se ficar sempre vigilante para que isso não aconteça. As forças evolutivas não estancaram. O palco da ação deslocou-se para o campo psíquico. Agora, a evolução está manifestando sua força na luta diária entre os homens e as mulheres, que, em cada lugar, tentam preservar sua dignidade. (Supreme Expression I) 

CONSCIÊNCIA SUPREMA

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Vocês sabem, não há nada em desordem neste Universo. Tudo se move de acordo com certas regras. Neste nosso sistema solar, o Sol é o núcleo, e vários planetas movem-se ao redor desse Sol. Neste nosso sistema planetário, a Terra é o núcleo, e a Lua move-se ao seu redor. Similarmente, no sistema atômico, também existe um núcleo, e os elétrons movem-se ao seu redor. Na nossa ordem cosmológica, a Consciência Suprema é o núcleo e vários objetos animados e inanimados estão se movendo ao Seu redor, consciente ou inconscientemente. Os seres humanos movem-se conscientemente, enquanto os animais, outros seres vivos menos evoluídos, bem como os objetos inanimados – e até mesmo alguns seres humanos – movem-se inconscientemente. O raio que distancia o Núcleo daqueles que se movem inconscientemente permanece inalterado, ou pode ser que, devido às suas propensões baixas, esse raio aumente. Mas os aspirantes espirituais sempre tentam diminuir a extensão de seu raio. Eles se aproximam cada vez mais do Supremo e quando ficam o mais próximo possível, eles se tornam um com o Núcleo; esse é o estágio da Salvação. Agora, são tantas entidades, tantos indivíduos se movendo ao Seu redor, que têm tantas estruturas físicas – altas, baixas, brancas, negras, instruídas, analfabetas – mas a meta comum é o Núcleo, a Consciência Suprema. Não deveria haver nenhuma timidez, nenhum ódio, nenhum complexo mental nos seres humanos, porque aquele Núcleo é o “EU” maior de todos – aquele Núcleo é o Progenitor Supremo de todos. (Bábá in Fiesch) 

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Neste universo nada está além da Consciência Suprema. Você permanece sempre dentro do Seu círculo, do seu alcance. Imagine que uma vaca esteja atada a uma estaca, com uma corda. A corda pode ser curta ou longa, mas a vaca tem que se mover ao redor da estaca. Da mesma forma, os seres humanos estão se movendo em torno do Núcleo Cósmico. Eles dão voltas sem saber que estão atados a uma estaca, sem saber QUEM está no centro. Eles pensam que são tudo, que sabem muito. Acreditam que não são criaturas comuns; e isso cria orgulho neles. De repente, enquanto se movem, uma pergunta lhes vem à mente. Eles perguntam para onde estão indo e de onde vem a inspiração para se mover. Quando se dão conta disso, quando essa pergunta surge em suas mentes, eles percebem que estão se movendo em torno de uma estaca, e que devem ir em direção ao centro, para o Núcleo Supremo. No dia em que acontece essa realização, eles se tornam aspirantes espirituais, e o raio começa a diminuir. Quando o raio se torna zero, eles se fundem com a Consciência Suprema. Os seres humanos têm de continuar a se mover enquanto sentirem que eles e a Entidade que os criou, a Consciência Suprema no Núcleo, são duas entidades diferentes. Quando chegarem próximos do Núcleo, eles subitamente se darão conta de que eles e a Entidade que os criou não são diferentes, então, a distância entre os dois desaparecerá, e ambos se tornarão UM – eles se unirão ao néctar da Consciência Cósmica. Essa é a meta final de todos os seres, das plantas, de qualquer coisa que tenha vida. Por isso, a pessoa que ingressa cedo no caminho da prática espiritual é sábia – e afortunada também. (Prajina Bharati, junho 1980)

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Bem, a Consciência Suprema é a Suprema Entidade Testemunhal. O que quer que a sua consciência individual esteja vendo ou sentindo – tudo é testemunhado pelo Ser Supremo. Suponha que você crie a imagem de um rinoceronte em sua mente, e que esse rinoceronte se mova dentro da sua mente. Seja lá o que o rinoceronte estiver fazendo, você verá; seja lá o que o rinoceronte estiver pensando, você ouvirá. Seja lá o que o rinoceronte fizer, instantaneamente será testemunhado por você. Nenhuma atividade, nenhuma onda mental desse rinoceronte será segredo para você – você saberá tudo a seu respeito. Portanto, o que quer que esteja sendo feito no universo nada mais é do que uma criação mental da Consciência Suprema; tudo está dentro de Sua mente. Ele é o Macrocosmo, e todos os outros são microcosmos. Toda e qualquer pessoa está se movendo na mente d’Ele. Tudo está dentro d’Ele, nada está fora. Logo, seja o que estiver sendo feito, Ele vê. Ele sabe, Ele sente. Este universo não é nada mais do que uma projeção mental dessa Consciência Suprema. Por isso, uma vez que tudo é Sua criação mental, então, tudo e todos são Seus filhos. Ele não é o governante, Ele não é o administrador, Ele não é o chefe. Ele é o Criador, Ele é o Gerador, Ele é o Operador, Ele é o Destruidor. Se Ele retraísse Suas ondas mentais para dentro de Si mesmo, nada permaneceria. Você veio d’Ele, você está se movendo dentro de Sua mente, e, finalmente, se tornará um com Ele. É por isso que eu disse, como Gerador, Ele é representado por “G”; Como Operador, é representado por “O”; e como Destruidor, é representado por “D” – “G - O - D” [Deus, em inglês]. Ele é Deus. (Bábá in Fiesch)

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O Ser Supremo controla a força vital que mantém os organismos vivos. É o Amigo que nos salva das garras das desventuras, por meio de Seu toque afetuoso e delicado. Ele existe em toda parte. Está presente ao nosso redor, às vezes como uma expressão sonora e às vezes como pensamento, emoção ou entidades individuais. Não há lugar no universo onde Sua manifestação não esteja presente. O que nós consideramos ser um vazio aparente está também repleto de Sua expressão. Ele está até mesmo onde o intelecto humano não consegue alcançar, e vai até onde alcança a imaginação, perplexa e deslumbrada. No sistema planetário, é Sua glória que brilha na forma do Sol. A estrutura do sistema nervoso, a homenagem aos ancestrais, a verdade de sábios antigos, o controlador, o amigo, o sol – seriam separadas todas essas entidades? Não, tudo é Ele, tudo é Ele, tudo é Ele. (Subhásita Samgraha II)

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Existe apenas uma lua, mas o seu reflexo em incontáveis poças d’água se parece com inumeráveis luas. Nenhuma outra lua surgiu. A mesma lua está sendo refletida em muitos receptáculos. Similarmente, a única e mesma Consciência Suprema está sendo manifestada em infindáveis entidades individuais, em incontáveis receptáculos mentais, em incontáveis mentes. (A Graça do Senhor)

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Estaria Ele se movendo? Não, não, Ele não está. Ele está imóvel, como o tronco de uma árvore. Estaria Ele distante? Não, não - não está. Ele está muito perto. Ele é a Vida de minha vida. Ele está em você, e em mim. Ele está dentro e fora, e em todos os lugares. Quando um aspirante espiritual se familiariza com Sua Expressão Bem-Aventurada, dizemos que ele está estabelecido na Consciência Suprema. Nesse estágio, tanto interna quanto externamente se atinge a Unidade. A mente então se mantém desapegada da atração por coisas triviais, e um relacionamento verdadeiro é estabelecido com o Ser Supremo. Enquanto o corpo permanece no mundo perecível, a alma é absorvida na Alma Suprema. (Subhásita Samgraha II)

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Qualquer energia é invisível. Nós vemos a operação e a ação da energia elétrica através de lâmpadas, ventiladores etc. Similarmente, ninguém jamais viu o sol – somente a sua ação. Ele parece redondo, mas a uma distância pequena, ele é simplesmente algo em combustão. Logo, a eletricidade e o sol só podem ser sentidos. O mesmo ocorre com a mente. Ninguém pode mostrá-la, nem vê-la. Só se pode senti-la. Similarmente, a Consciência Suprema só pode ser sentida e realizada. Quando a mente é totalmente preenchida pelo sentimento da Consciência Suprema, você não consegue aguentar – nem tampouco pode expressar a bem-aventurança. Você apenas sente – você apenas pode desfrutá-la! (Ánanda Vacanámrtam)

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O conceito de Deus versus satanás é um conceito errôneo. Se aceitássemos a existência de satanás, isso significaria que existem dois deuses: um Deus positivo, e um “deus” negativo, satanás. E isso desafiaria a autoridade da Consciência Suprema – o que não pode ocorrer. Logo, não existe satanás. Em todos os lugares há o comando da Consciência Suprema; em lugar algum há o comando de satanás. Satanás é a força centrífuga que afasta o aspirante, o ser humano, para longe do Núcleo Supremo. (Ánanda Vacanámrtam)

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A Consciência Suprema é o refúgio de todas as entidades, é a única entidade que não requer nenhum refúgio para manter a Sua existência. Esta cidade de Patna está inserida no estado de Bihar. Bihar está dentro da Índia. A Índia está inserida na Ásia. A Ásia está dentro deste planeta. Este planeta está dentro deste sistema solar. Este sistema solar está dentro da Consciência Infinita. Logo, ninguém abriga a Consciência Infinita. Ela não depende de nenhum abrigo. A Sua existência não depende da compaixão de nenhuma outra entidade. (Ánanda Vacanámrtam)

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A Consciência Suprema existe em você assim como o óleo existe na semente. Esmague a semente através da prática espiritual (sádhana) e você realizará a Consciência Suprema; separe a mente da Consciência e você verá que a resplandecência da Consciência Suprema ilumina todo o seu ser interior. Ela está em você como a manteiga existe no leite: revolva a si mesmo e Ela aparecerá do seu interior. Revire a sua mente através da prática espiritual e a Consciência Infinita aparecerá como a manteiga surge do leite. Ele é como um rio subterrâneo em você. Remova as areias da mente, e você encontrará “águas claras e frescas” dentro de si. (Subhásita Samgraha IV) 

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A Consciência Suprema ocultou-se em sua mente. Ela está escondida atrás da cortina de seu “eu”. Você não precisa ir às montanhas dos Himalaias para descobrir aquilo que está oculto no seu próprio “eu”. Será que alguém precisa de um espelho para ver um bracelete no próprio pulso? Portanto, o Ser Supremo está dentro de você. Há apenas a necessidade de remover o véu do ego. (“Niti and Dharma”)

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Temos que remover completamente este ego, este “sentimento de eu”. Todos os problemas, todas as incompreensões, todas as relações envolvendo respeito ou desrespeito estão conectadas a esse “eu”. Quando alguém discorda de você, você o processa na Justiça. Por que você se preocupa tanto? Só para vingar seu ego. Todos os problemas e frustrações ocorrem somente por causa do ego individual. O fato é que mesmo após entregar tudo a Deus, o arqui-inimigo “eu” permanecerá. Você dirá: “Eu entreguei tudo a Deus”. – Eu, eu, eu! Meu amigo, entregue esse “eu” também a Deus e somente aí a sua entrega será completa. Todos os problemas ocorrem por causa desse “eu”. (“Mantra Caetanya”)

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Ora, quando é que uma pessoa sente que deve amar o Ser Supremo? É quando ela se liberta de sentimentos egoístas. Entretanto, alguém dirá: “Dizem que Deus é misericordioso, mas eu sou desafortunado por não receber Sua graça”. Existem muitas pessoas que falam assim. Mas vocês sabem, meus filhos, vocês sabem, minhas filhas, não há parcialidade n’Ele. Ele distribui a Sua graça divina para todos. Ele existe para toda e qualquer criatura, mas uns sentem a sua graça, enquanto outros, não. Qual é a razão? Há uma chuva de graça divina. Mas suponha que você esteja segurando um guarda-chuva acima da sua cabeça. Será que você ficará encharcado pela chuva? Ah, não. Aquele que quer desfrutar dessa chuva de bem-aventurança deve remover o guarda-chuva do ego de cima de sua cabeça, e será então encharcado pela chuva divina. Assim, um aspirante espiritual, um iogue, deve livrar-se de todos os sentimentos egoístas. E, no momento seguinte, ele estará na proximidade da Entidade Suprema. (“Man and His God”)

TORNANDO-SE UM COM O SER SUPREMO

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Em termos simples, o que temos a fazer é voltar para a casa de onde viemos. Todos nós viemos da Entidade Suprema, do Núcleo do universo. Temos que retornar ao mesmo destino. A criança brincou por campos distantes durante todo o dia, e agora que anoitece, ela volta para casa. Ela pensa que seus pais já devem ter chegado à casa: “Deixem-me voltar para casa e sentar perto deles”. Quando se está cansado deste mundo e das coisas mundanas, anseia-se por voltar à espiritualidade – seu lar. E qual é o nosso domicílio permanente, nosso lar? A Consciência Suprema. A prática espiritual (sádhana), portanto, é o processo de voltar para casa. É uma tarefa simples. Não requer erudição, conhecimento, faculdade intelectual, nem sermões longos e tediosos. (“Mantra Caetanya”) 

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Quando um conhecedor da verdade imerge no Ser Supremo, o senso de existência individual se perde, e ele alcança a unidade com a Entidade Suprema, tornando-se Supremo. A prática espiritual é o meio para a expansão da alma, não para a sua aniquilação; logo, a imersão no Ser Supremo (samádhi) não significa suicídio, mas transcendência. Aquele que conhece a Consciência Suprema torna-se Supremo, pois a entidade individual assume a mesma forma do seu objeto de ideação. Aquele que tem o Supremo como o seu objeto de ideação torna-se Supremo. Se um boneco de sal fosse medir a profundidade do mar, ele certamente iria se dissolver e se tornaria o próprio mar. Do mesmo modo, se o pesquisador da Consciência Suprema sondar o Supremo, ele se fundirá com o oceano de Consciência, e se tornará Supremo. Fique constantemente absorto com o pensamento da Consciência Suprema, e você também se tornará Supremo. (Subhásita Samgraha II)

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Há no ser vivo uma sede pelo infinito. (Ananda Sutram)

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A união de um aspirante espiritual com a Consciência Suprema foi demonstrada através de um excelente exemplo. Um rio, ao perder seu nome e sua identidade, funde-se completamente com o oceano, e, depois disso, não pode manter sua própria existência, exceto como mar. Do mesmo modo, um aspirante espiritual, depois de fundir-se com a Consciência Suprema, não consegue mais pensar em si mesmo exceto como o Supremo. Vendo o Rio Ganges, podemos dizer que aquelas são as águas do Ganges. Podemos identificar as águas do Rio Yamuna, ou as águas do Rio Saravasti; mas quando elas se fundem com o mar, não podemos separá-las, nem podemos distinguir uma da outra. Todavia, elas estão todas lá. Todas perderam suas respectivas designações individuais na entidade do mar. (Subhásita Samgraha II)

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Para todo e qualquer ser humano existem dois “eus”. O nome de uma pessoa é, digamos, Salomão. Então o nome do seu pequeno “eu” é Salomão, e o nome do seu grande “EU” é a Entidade Suprema. O nome do pequeno “eu” é sr. José, mas o nome do seu grande “EU” é a Consciência Suprema. O grande “EU” para todos os seres é o mesmo, mas o pequeno “eu” varia – vários corpos com vários nomes. O grande “EU” é um e indivisível: para o universo inteiro existe um grande “EU”. O que é Yoga? É tornar-se um com a Entidade Suprema. Quando você se torna um com o Supremo, você está obtendo tudo, você não está perdendo nada. Você está perdendo apenas seu pequeno nome, o nome do seu pequeno “eu”, e nada mais; e, em troca, você está ganhando o grande “EU”, o Eu Supremo. Isso é Yoga na esfera espiritual. Alguns pensam que Yoga se trata de algum tipo de exercício. Não, não, não. Yoga não significa exercício; Yoga significa unificação. (Discurso em Haifa, Israel, 1979)

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Para realizar a Perfeição Suprema, o ser humano terá de abandonar seu “sentimento de eu”; ou seja, fundir seu sentimento do “eu pequeno” com o Eu Grande. O que é esse “eu” pequeno? É como um pote cheio da água de num lago. Ora, para a água do pote se fundir com a água do lago – na realidade, ambas as águas são intrinsecamente a mesma – o pote que se interpõe entre as duas águas terá de ser removido. Após a remoção do pote, nenhuma distinção permanecerá entre a água do pote e a água do lago – ambas tornam-se uma. A causa da aparente distinção entre Deus e o ser unitário é esse pote – a mente individual. Em suma, o fato é que Ele é infinito. Se você quiser realizar o Ser Infinito, você precisa auferir você mesmo o Ilimitado. (Subhásita Samgraha III)

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Identifique a sua mente com Ele e você perceberá que mesmo os mais ínfimos objetos são você. Você é o Oceano Pacífico. O universo, que é a manifestação da Energia Cósmica, aparecerá como a sua própria manifestação. O universo, que é o jogo de Deus, também Lhe dá bem-aventurança extasiante. Você medita n’Ele, e Ele medita em você. (“Bhakti Rupa Setu”)

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Em última instância, somente uma entidade existe. Essa entidade pode ser “eu”, essa entidade pode ser “Ele”, mas a diferenciação entre “eu” e “Ele” desaparece. “Eu existo” ou “Ele existe” – essas duas idéias desaparecem – permanecendo apenas o “existir”. Esse é o estágio da Consciência Não-Atributiva. É a etapa final da prática de Yoga, é o estágio supremo para um iogue. Mas, para isso, o indivíduo precisa da ajuda divina; e eu sei que vocês estão recebendo ajuda divina. E sei ainda mais: que por um tempo infinito e espaço infinito, vocês estarão recebendo essa ajuda divina. Vocês são aspirantes espirituais e certamente vão alcançar o Estágio Supremo para desfrutar da Benção Divina. Por certo, terão essa realização, meus filhos e minhas filhas. (Discurso nas Filipinas, 1969)

PRÁTICA ESPIRITUAL

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A prática espiritual é a conversão do objeto limitado no objeto infinito. Agora, você pensa: “Este pequeno corpo, esta consciência individual é minha”. Mas quando você pensa que “O imenso corpo universal é meu”, então você se transforma no Ser Supremo. Quando você considera que seu corpo e sua mente individual são seus, você conhece todos os segredos desse corpo e dessa mente individual. Mas quando este vasto Cosmo se tornar o seu objeto, você conhecerá tudo deste Cosmo, você conhecerá tudo deste espaço infinito. Logo, a sua prática espiritual é a prática da conversão – da conversão do pequeno no Grande. Esse processo de conversão transforma uma pessoa em um ser universal. A própria existência do indivíduo vai além das dimensões de tempo, lugar e pessoa. Nesse momento, você se torna onipotente e também onisciente. Você conhece tudo sem precisar recorrer a qualquer livro. Quando um indivíduo quer adquirir qualquer conhecimento, ele deve passar por experiências práticas, ler livros etc. Para ele, são tantas as preocupações e ansiedades, tanto otimismo e pessimismo, tantos choques e coesões; mas no caso do Supremo não há nenhum complexo, não há otimismo nem pessimismo; não há essa questão de choques e coesões, porque, no caso do Cósmico, tudo é interno – nada é externo. Tudo está dentro, nada está fora. O universo inteiro está ao alcance da Sua mente, então, não há uma segunda entidade, nenhum segundo indivíduo. Logo, a questão relativa aos choques não surge. Se você quer alcançar a paz, o que deve fazer? Deve converter sua pequena objetividade na objetividade infinita. Não há alternativa a isto. Simplesmente pregar os evangelhos da paz não lhe dará paz alguma. Você tem que transmutar o pequeno em Grande. A prática espiritual é a prática de aumentar a amplitude de sua dimensão psíquica. Quando essa dimensão se torna cada vez maior, o alcance da mente é maior. E quando, desse modo, a dimensão se torna infinita, o aspirante torna-se um com o Supremo. Esta transformação em que você se torna um com o Supremo, a União Suprema, é chamada de Salvação, ou Emancipação – liberação permanente. Todo e qualquer aspirante espiritual deve saber disso e atingir a liberação. (Bábá in Fiesch)

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Existe um desejo comum em toda e qualquer mente humana, e esse desejo diferencia o ser humano de um animal, o ser humano de uma planta. Qual é a diferença? A mente do ser humano quer se expandir. Em segundo lugar, ela quer se tornar uma com a Entidade Cósmica. Em terceiro, ela quer fazer algo nobre; e em quarto, ela quer paz, paz suprema, paz imperturbável. Essas são as quatro qualificações especiais dos seres humanos. Logo, Yoga é o caminho do progresso, o caminho do desenvolvimento para todo e qualquer ser humano. Na vida individual devemos praticar Yoga, e na vida coletiva devemos encorajar os outros a praticarem Yoga. É a panaceia para todas as aflições humanas, no plano físico, no plano psíquico e também no plano espiritual. (Discurso em Haifa, 1979)

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O que é Tantra? O processo de transformar a animalidade, ou divindade latente, em Divindade Suprema é conhecido como Tantra. A prática espiritual que liberta o aspirante da animalidade e expande o seu ser é a prática Tântrica (sádhana). Logo, não pode haver prática espiritual alguma sem Tantra. Prática espiritual significa a prática da expansão, e essa expansão nada mais é que a liberação das amarras de todos os tipos de embrutecimento. A despeito de sua classe social, crença ou religião, o indivíduo que aspira pela expansão espiritual, ou faz algo de concreto, é um tântrico. O Tantra em si não é nem uma religião nem um “ismo”. É a ciência espiritual fundamental. (“Tantra e seu Efeito na Sociedade”)

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Quem é a pessoa mais próxima de você? Você tenta conhecer tantas coisas, mas em primeiro lugar você deveria conhecer seu objeto mais próximo. Qual é o seu objeto mais próximo? Suas mãos? Seus dedos? Não, não, não. Seus braços? Não, não, não. Seu tórax? Não, não, não. Qual é o seu ponto mais próximo? O seu “eu” é a sua entidade mais próxima. E a distância não pode ser medida. Primeiro você deve conhecer todas as características do seu próprio “eu”. Nos livros, nos laboratórios, você tenta conhecer as características de oxigênio, nitrogênio, hidrogênio, monóxido de hidrogênio, peróxido de hidrogênio e tantos outros elementos e compostos, mas você não conhece as características do seu objeto mais próximo. Tente conhecer, no seu laboratório mental, todas as características do objeto mais próximo de você. Agora, como fazer isso? Em um laboratório, alguém versado na teoria será incapaz de ajudar na sua pesquisa. Você precisa de um orientador prático no laboratório. No campo da espiritualidade, quem deverá ser seguido? Você pode seguir ou não as escrituras, você pode seguir ou não os códigos sociais, e você pode seguir ou não os intelectuais. Você deve seguir aqueles orientadores práticos; isso significa que você deve seguir os iogues. E certamente, de acordo com a diretriz da Consciência Suprema, você realizará o Estágio Supremo, e usufruirá da Bem-Aventurança. (Discurso nas Filipinas, 1969)

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Existem algumas pessoas que têm o desejo correto, mas não a direção correta. Elas sabem que a Consciência Suprema é a meta, mas não têm realmente uma direção. Diz-se que a prática espiritual não deve ser feita com base no estudo de livros. Para tal objetivo, um preceptor é essencial. Se uma pessoa começa sua prática espiritual apenas lendo livros ou ouvindo palestras, isso pode ser perigoso, porque, nesse caso, uma concepção clara da meta não é formada. Daí, a pessoa não sabe para onde está indo. O barco está navegando, mas o navegante não sabe para onde o barco está indo. No longo prazo, o navegante ficará exausto e sofrerá algum acidente. (“Astitva and Shivátva”)

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Para aqueles que têm o desejo de fundir-se com o Ser Supremo, a Consciência Suprema, na forma do Mestre Perfeito (Sadguru), surge e os treina sobre como devem avançar em direção à Consciência Suprema e imergir n’Ela. Todas as técnicas, todas as regras de como se fundir com Ela são conhecidas por ninguém mais senão o Ser Supremo. Logo, é o Ser Supremo que ensina aos aspirantes espirituais, na forma de um Mestre Perfeito (Sadguru). Não há nenhuma alternativa senão essa. (Notas de Seminário, 1980)

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Até mesmo um vaso de ouro precisa ser polido de vez em quando. Sem essa manutenção, o vaso acumula poeira e sujeira, e perde seu brilho. Similarmente, até mesmo uma boa pessoa, um aspirante espiritual, precisa de cuidado apropriado, para que, neste mundo em constante transformação, as mudanças sejam sempre em direção ao melhor ou mais elevado. Manter-se em boa companhia é essencial para esse desenvolvimento positivo. Enquanto a má companhia aumenta a escravidão da alma, a boa companhia conduz à liberação e à salvação. (Notas de Seminário, 1980) Quando uma criança começa a andar, seus pais primeiro a ensinam a andar um pouco. A criança tenta andar, mas cai. Então, os pais se apresentam e erguem a criança, colocando-a no colo. Assim também é Deus. Faça o mínimo esforço, e Ele o erguerá e o colocará no Seu colo. (“Deus Está com Você”)

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A vida humana é uma pequena gota num oceano de consciência. Aquele que evita as ondas desse oceano nunca pode obter êxito. Por maior que seja o ego de alguém, um dia esse ego será pulverizado, assim como as rochas viram poeira. Se alguém quiser se mover no caminho do Supremo, terá que mergulhar no oceano da Consciência Suprema. Durante esse movimento, a pessoa usufruirá a doce beleza do Jogo Divino. As pessoas que se movem em direção ao Supremo têm suas mentes e energias vitais fluindo no mesmo ritmo da Onda Cósmica. Não será surpreendente se elas dançarem, rirem, chorarem – e os outros vão dizer que elas são loucas. Essa onda da Consciência Suprema pode ser alcançada através da meditação (sádhana). É por isso que, no presente ou no futuro, qualquer pessoa que fizer meditação com grande determinação também dançará, cantará, rirá e chorará, e assim se moverá em direção ao Supremo. Desse modo, movendo-se sempre, estabelecendo-se na ética, tornando-se ético espiritualistas (sadvipras), no verdadeiro sentido do termo, elas se tornarão unidas com aquela forma Suprema de Bem-Aventurança. Os seres humanos terão que mergulhar nessa onda do Supremo. Esse é o verdadeiro sucesso na vida. Esse é o Caminho da Bem- Aventurança (Ananda Marga). (“Brahmabháva e Vida Humana”)

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O meu trabalho não é o de olhar para o passado de ninguém. Eu apenas vejo o quanto a pessoa está avançando para seu destino, e a ajudo. Você deve olhar à frente, você deve olhar avante. Se você olhar para trás, se você olhar para o que já passou, você perderá seu precioso tempo. Aqueles que agem assim são tolos, e não sábios. A natureza dos seres humanos é pensar nas chamadas “doces memórias” do passado; pensa-se mais no passado e menos no futuro. Mas os aspirantes espirituais pensam no Ser Supremo, que é a sua meta. Quando eles começam a pensar no destino da vida, a verdadeira meta da vida – a Consciência Suprema – então, o passado, com toda a sua glória, torna-se esmaecido. Uma pessoa comum pensa no passado e no futuro. Mais elevada do que ela é a pessoa que pensa somente no futuro. Mas a pessoa perfeita é aquela que não pensa nem no passado nem no futuro. Ela pensa somente na Consciência Suprema – em Deus. (Supreme Expression I)

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Vocês dizem tantas coisas, mas grande parte do que dizem é sem importância. É simplesmente uma perda de tempo e energia. E vocês não só verbalizam como também dizem mentalmente. Isso também é um desperdício de energia. Antes de ir a Estocolmo, vocês podem repetir mentalmente mil vezes: “Eu tenho de ir a Estocolmo, eu tenho de ir a Estocolmo, eu tenho de ir a Estocolmo”! ... uma mera perda de tempo e energia. O que é o pensamento? O pensamento é falar no interior da mente. O pensamento está claramente relacionado com o monólogo. Alguns dos seus pensamentos são de tal natureza que, se as outras pessoas os ouvissem, diriam que você é louco(a). Então, o que devo dizer em minha mente? O que devo falar para mim mesmo? Eu devo falar do Ser Infinito e não disso ou daquilo, assim meu tempo será utilizado apropriadamente e não haverá nenhuma perda de tempo e energia. E aí vem uma reminiscência: “Ah, quando eu fui ao Alasca, o meu anfitrião me serviu uma refeição deliciosa”. Ou então você pensa na história de uma pessoa próxima e querida, de 25 ou 30 anos atrás. É uma doce lembrança. Mas qual é a sua utilidade? A memória deve guardar as experiências reais da mente no processo da meditação (sádhana), da bem-aventurança que você sente durante o canto espiritual (kiirtan) – a lembrança deveria ser assim. Ou seja, jamais deveria ser centrada em torno de si mesmo. Assim, não haverá nenhuma perda de tempo e energia. (Bábá in Fiesch)

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Se os aspirantes espirituais pensam em obter poderes ocultos através da meditação, eles estão iludidos. É possível que consigam algum poder sobrenatural, no entanto, desse modo, nunca alcançarão a Consciência Suprema. Enquanto estão sentados em meditação, se eles acharem que os poderes ocultos devem ser conquistados, estarão simplesmente jogando fora seu precioso tempo. Um devotado aspirante espiritual jamais aspira por tais objetivos. Mesmo se o Ser Supremo surgisse para alguém e dissesse: “Meu filho, receba estes poderes celestiais”, essa pessoa deveria responder: “Ó Senhor Supremo, mantende-os com Vós. Eu não preciso deles. Eu Vos desejo somente. Eu anseio em Vos alcançar e não obter Vossos poderes”. Uma mãe tenta entreter e agradar seu filho choroso, dando-lhe brinquedos que chamem sua atenção. A criança para de chorar e esquece a mãe por um momento. Mas se a criança insistir em ser acalentada no peito da mãe, ela continua a gritar: “Não, mamãe, eu quero ficar no seu colo. Eu não quero brinquedos”. Finalmente, a mãe não terá alternativa senão pegar a criança e dar-lhe de mamar. Um(a) devotado(a) aspirante espiritual é como essa segunda criança. Ele ou ela dirá: “Meu amado Senhor, este mundo que vejo ao meu redor está repleto de brinquedos. Eles são efêmeros e não durarão para sempre. Dizei-me, Senhor: Vós estais me dando esses brinquedos por toda a eternidade”? E então o Senhor será incapaz de responder, pois Ele nunca concede esses poderes para sempre. Ele os dá com Sua mão esquerda e as toma com a mão direita. (“Nitti e Dharma”)

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O processo de Ideação Cósmica (Madhuvidhya) ensina que você poderá alcançar a liberação, mesmo enquanto leva uma vida normal no mundo material, se, antes de lidar com qualquer objeto de prazer, você o fizer com o sentimento voltado para Cosmo. Enquanto alimenta o seu filho, você deve idealizar que não está alimentando o seu filho, mas sim que está cumprindo o seu dever para com uma manifestação da Consciência Suprema na forma do seu filho. Quando você ara a terra, você deve idealizar que está executando a ação apropriada à manifestação da Consciência Suprema na forma da terra. Se você seguir apropriadamente essa Ideação Cósmica, você poderá manter-se livre da atadura das ações. Essa prática preencherá sua vida exterior e interior com o êxtase da Bem-aventurança Cósmica, e irá aliviar-lhe permanentemente de todas as aflições. Nesse caso, a força da ignorância (avidyá) não poderá lhe devorar com suas presas ferinas. A glória da Única e somente Única Entidade benevolente brilhará para você em todos os objetos. (Subhásita Samgraha - I)

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Toda e qualquer ação que você fizer deverá ter a Ideação Suprema. Sem o Ser Supremo, todas as suas ações são como nada, não importa o quão grandiosas possam parecer. Mesmo que você faça pouco, se for com a ideação do Supremo, terá feito algo grandioso. O Ser Supremo é como o número “1”, e suas ações são como “zeros” acrescentados após o “1”; é como se você multiplicasse por dez cada ação. Mas se o “1” não estiver presente, os seus “zeros” vão somar-se uns aos outros, e o resultado líquido será zero. Assim, siga multiplicando; não deixe que tudo acabe em “zero”. Você assumiu a forma humana para realizar o Ser Supremo: não deixe que a sua vida seja desperdiçada. (A Graça do Senhor) Tanto a prática espiritual quanto a realização estão ao seu alcance. O resultado já está assegurado por mim; eu o concederei na hora apropriada. Não se preocupem com isso. Quer a pessoa seja pecadora ou virtuosa, todos aqueles que vêm a Deus são únicos para Ele. Ele não faz qualquer distinção. Todos serão liberados. Vocês são meus queridos filhos e filhas. Algumas vezes eu pareço áspero para alguns. Mas é por amor. Se eu fosse indiferente, não haveria necessidade de repreensão ou punição. Eu quero ver todos vocês rindo. Sinto imenso prazer em ver vocês rindo. Deixem todas as preocupações comigo. Sejam abençoados. (A Graça do Senhor)

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O Ser Supremo é a Suprema Subjetividade; isto é, Ele tudo vê – tudo se passa dentro da Sua mente. Ele é a Subjetividade Suprema, e tudo o mais é objeto. Aquele que vê é o sujeito, e o que é visto é o objeto. Então, como você pode considerá-Lo como seu objeto na meditação? Durante a meditação você deve lembrar que “eu sou o objeto, e Ele está me vendo”. Você jamais poderá ser o sujeito, e Ele jamais poderá ser o objeto. Você deve lembrar-se do fato de que a Suprema Subjetividade, a Consciência Suprema, está vendo aquilo que você está fazendo. Esse é o segredo da meditação. E se você disser algo a Ele, diga apenas uma frase: “Ó Supremo, guiai o meu intelecto ao Caminho da Bem-Aventurança. Eu não quero nada mais, nada.” (Bábá in Fiesch)

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O Criador Supremo, o Núcleo do Universo, é o Guardião Supremo. Ele sabe do que você precisa. Um bebê de três meses não sabe do que precisa, mas a sua mãe sabe. O bebê é totalmente dependente da mãe. Similarmente, você também é um bebê, e Ele é o Guardião Supremo. Ele sabe do que você precisa. Você não precisa dizer: “Ó Deus, dai-me alimento, dai-me água, dai-me isso ou aquilo”. Deixe que ele cumpra o Seu dever. Você não precisa dizer a Ele: “Ó Deus, é o seu dever. Você deveria ter feito desse modo”. Ele sabe o Seu dever. E você aprende o dever que vem d’Ele. (Bábá in Fiesch)

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Ó tranquilo aspirante espiritual, a prática espiritual é o seu grande arco. Posicione nesse arco a flecha da sua mente, aguçada pela meditação. Agora, direcione sua mente para Ele, puxe e solte a corda do arco, e atinja o seu alvo – a Alma Suprema Indestrutível. (Subhásíta Samgraha II)
 

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